O ponto de partida deste processo de reflexão e co-construção em torno das Oficinas do Mundo é a estruturação e a prática do Centro Interculturacidade que nos últimos 5 anos tem vindo a dinamizar este tipo de Oficinas e a tentar ampliar as experiências através de apoios e financiamentos que acabam por nunca surgir, apesar das candidaturas e das acções de “sedução” junto de potenciais entidades patrocinadoras.
Basicamente as Oficinas são acções de valorização das artes da diversidade são artes e ofícios da diversidade intercultural. Constituem um terreno seguro de combate aos preconceitos racistas e xenófobos e mobilizam as competências dos participantes para a sua inserção socio-económica.
Importa destacar alguns aspectos centrais do modelo das Oficinas do Mundo nos seguintes termos:
FLEXIBILIDADE: diversos tipos de Oficinas são possíveis;
- permanentes ancoradas em infra-estruturas que facilitem o seu funcionamento regular e sistemático;
- de curta duração e com objectivos muito focados em resultados imediatos;
- realizadas a pedido ou na base de encomendas de instituições para a sua realização dentro das entidades contratantes.
No plano GESTÃO, as oficinas devem funcionar na base de algumas regras:
- quem dinamiza as actividades, deve receber pelo seu trabalho;
- as associações e entidades organizadoras devem funcionar com margens financeiras para alimentar a sua função dinamizadora, devem contrariar a tendência para a realização destas actividades de forma voluntária e sem contrapartidas financeiras (os migrantes, os refugiados, os nacionais que precisam de exprimeir pelas artes, precisam de ser valorizados também pelo pagamento das actividades que realizam),
- naturalmente que todos os beneficiários deste sistema de organização e dinamização de Oficinas podem, se assim o entenderem ou quando tal se coloca de forma natural, “devolver/compensar” às comunidades locais os seus ganhos através de ofertas pontuais das suas performances.
O modelo das Oficinas tem que prever sistemas de pagamento de serviços quer através de crowdfunding, de angariação de oportunidades, e de patrocínios diversos.
Nesses termos pretende-se que os dois territórios que foram definidos para experimentar as primeiras Oficinas não sejam considerados fechados e que não seja delimitado em excesso o quadro territorial de intervenção. A intenção será de promover os próprios serviços entre os dois pólos que irão funcionar com metas precisas: 5 Oficinas em cada pólo até finais de maio de 2018 e 70 horas de actividade no total.
O Teatro Umano apoiará as Oficinas com práticas artísticas comunitárias e criatividade aplicada a partir de metodologias próprias do TU; a CulturFace envolverá os participantes de projectos que dinamiza nesta acções que serão plarizadas na ALCC numa primeira fase, por razões logísticas. O CEPAC e a CML – CATR também têm intenção de participar e irão definir essa forma de participação a curto prazo. A Caixa de Mitos apoiará na animação do processo, na sistematização modelar e no trabalho de rede, para além da comunicação. O Centro Interculturacidade (com a ALCC e o apoio da Equipa Técnica da Rede DLBC Lisboa) coordenará as acções e o processo de experimentação.